Pernas e coração acelerados. Naquele minuto, tudo que passava em sua mente era aonde iria chegar e quando poderia parar. Só havia uma única coisa que a incomodava mais do que correr feito uma fugitiva: era ser seguida como uma fugitiva. Quanto mais ela tentava se afastar, mais era seguida. A cada esquina que dobrava, parecia que tudo havia ficado na rua de trás. Mas poucos segundos depois, aquela multidão fazia a curva e relembrava-a que ela não estava sozinha. E que estar sozinha era um luxo que não mais estava ao seu alcance. Nem apagando as luzes das calçadas, os impasses paravam de correr atrás dela. Nem a neblina do nascer do dia, ou o cansaço de toda uma madrugada a correr. A baixa temperatura das manhãs de inverno, os gritos de apelo, a ajuda dos amigos, as lágrimas que escorriam do seu rosto, o desespero, nada. Nada era capaz de libertá-la. Algo me diz que nem a velocidade da luz seria capaz de afastar-se daquilo. E agora, talvez eu – e ela, principalmente - tenhamos entendido que não há rua nesse mundo que a faça conseguir esconder-se dos problemas. O passado não se encontra isolado nos lugares por onde passou, há uma corda que o liga às pessoas. Um fio que insiste em não arrebentar.
O_O
ResponderExcluirUau!Lucas, adorei o modo como escreveu, genial e intenso!Aliás, tudo o que você escreve tem intensidade, né? Gosto de escrever assim também ^^'
Só não gostei muito do título, sei la, poderia ter sido mais criativo...
Beeeijos, praga!