
Começa uma nova vida, uma nova velha vida. Não me iludo, é apenas um jeito diferente de enxergar o que nunca mudou. As pessoas são outras, mas a história permanece intacta. Uma nova melodia para a mesma música de sempre. Seu título, paixão. Retifico-me, é ilusão. Parece ser a melhor canção que já ouvi. De fato é, só que com prazo de validade. No fundo eu sei que um dia esta música vai parar.
Enquanto ela ainda toca, vivo como se nunca fosse acabar. Não consigo mais passar um minuto sequer sem cantar sua letra. É a combinação perfeita dos melhore sons. Ouço-te sussurrá-la em meus ouvidos. Paraíso infernal. Cada palavra me lembra tua voz, cada rima arranca-me sorrisos. Sinceros. Ingênuos.
O tempo. O envolvimento. A mudança. Tua canção não é mais a mesma. Seu ritmo aumenta e torna-se cada vez mais provocante. Aquela combinação harmônica de meros instrumentos não existe mais. Agora é uma inteira orquestra. Quem a toca, fá-la com tamanho dom que a torna natural. O natural que penetra teus tímpanos e atinge teu cérebro. É capaz de roubar-te de ti mesmo. Um crime perfeito. Até seria se eu não soubesse que crimes perfeitos não existem. Uma falha em meio àquele (quase) eterno espetáculo. O maestro foge. Corre para longe daquele teatro. Sou mais rápido que a orquestra. Da velocidade de meus passos, não me arrependo. Noto-me um maestro vidente. Eu sabia. Sempre soube que um dia a música iria parar.
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